domingo, 23 de março de 2014

Os fins, a dor e o amor

"Todos os fins comovem. A quebra do elo de duas pessoas que até certo dia compartilhavam suas vidas uma com a outra e de repente, por suas razões, se afastam a ponto de se olharem como estranhos. Penso se é premeditada toda a situação em nossos subconsciente.

Todos os fins comovem. A forma de que alguém sempre sente bem mais a dor da separação. A forma em que pensamos ser o fim de um sonho tão bom e tão, até pouco tempo, realizável. É nesse momento em que sentimos cada felicidade que poderíamos ter mas que agora está longe demais. Também é o momento de culpa, de impotência e fracasso.

O momento do fim, quando sentido, é uma dor inexplicável e que realmente por não caber em nossos corpos, transborda de forma relutante por nossos olhos, escorregando sobre nossos rostos aumentando a dificuldade do momento. Quando o tempo se passa uma dor, perfura rapidamente nosso coração e vai embora quando vemos algo que lembre aquele momento....Sim, a dor vai embora.Entretanto ela nunca morreu completamente, ela apenas se vai e só volta nas horas necessárias. Aquelas horas em que devemos realmente lembrar do passado, para que nossas vidas não sejam escassas de experiencias e siga adiante.

Porém seria muita pretensão resumir um amor ao tempo. O amor não são meros relacionamentos. O se relacionar, está no nosso cotidiano frequente. Nos relacionamos com a família, amigos e parceiros. A separação, assim como o relacionamento, também. É nesse exato momento em que temos que compreender, a medida do possível, que a quebra do elo de duas pessoas pouco tem a ver com amor.
O amor nasce de um relacionamento, mas não morre dele. Ele continua. Devemos deixar claro que estamos falando de um sentimento sólido e muito pouco compreendido. Ninguém pode limita-lo a uma formula ou intensidade, não existe como explicar suas causas, apenas afirmar que, quando presente, é duradouro, fiel e parceiro. Ás pessoas que estão sofrendo por terem sido deixadas, seria muito proveitoso compreender que sua dor é real, porém o amor não era. O amor é sentido e construído por dois. O sentimento que envolve apenas um, é a paixão, que muitas vezes é confundida. O Luto por essa fase de quebra é essencial, porém vive-la continuamente é ocupar sua vida com sentimentos genéricos. Se o foco é o amor, a vivencia dessa forma vai distanciar a pessoa de seu objetivo.

Porque sentimos tanto o fim de um relacionamento, se por ter fim já se sabe que não é amor?
Porque a culpa, a impotência e o fracasso são derivados da vontade de querer que aquilo tenha sido esse sentimento. Afinal, pouco tempo antes, o relacionamento era a situação mais próxima de amor que aquelas pessoas tinham vivido. Lembrar que estivemos perto de sentir algo tão nobre, também nos corrói."

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